Uma tecnologia nacional, desenvolvida com o apoio da
Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), pode ajudar a eliminar fungos e
bactérias em hospitais. Um antimicrobiano composto por nanopartículas de prata
e zinco foi criado por uma empresa do Sul do País, que surgiu da união de
estudantes de Química e Engenharia da Universidade Federal de Santa Catarina.
Em sua fase inicial, a empresa recebeu R$ 150 mil em recursos da Finep.
As nanopartículas produzidas pela empresa, que podem ser
cem mil vezes menor que um fio de cabelo, entram em contato com a membrana
celular das bactérias, liberando íons que afetam as funções respiratórias dos
microrganismos e impedem sua reprodução. Esses aditivos antimicrobianos podem
ser implantados em lençóis, macas, colchões, travesseiros e tecidos sintéticos
de hospitais e clínicas.
A solução também pode ser aplicada em maçanetas e
corrimões desses estabelecimentos. Eliminando fungos e bactérias dos ambientes
hospitalares, a expectativa é de diminuição das taxas de infecção hospitalar.
"Entregamos saúde para a população sem que ela saiba
que está se beneficiando da nanotecnologia", afirma Gabriel Nunes, sócio e
diretor executivo da empresa.
A empresa atua no mercado business-to-business, ou seja,
suas soluções são comercializadas apenas para clientes que incorporam as
funcionalidades da nanotecnologia em seus produtos finais. Instalada no Centro
Empresarial para Laboração de Tecnologias Avançadas (Celta), incubadora da
Fundação Certi, em Florianópolis (SC), a empresa entrou no mercado em 2013,
quatro anos após a fundação.
"Sem o empurrão inicial da Finep, talvez não
conseguíssemos chegar onde estamos. Obtivemos aprovações e validações em
diferentes mercados a partir dos recursos injetados pela financiadora",
lembra o sócio. "Geramos capital necessário para reinvestir na empresa e
atingir o break-even (ponto de equilíbrio nos negócios) mais rapidamente."